Quando fui para o Chile, em 2015, minhas expectativas eram altíssimas para conhecer o Deserto do Atacama, mas não fazia muita ideia do que esperar de Santiago, que era minha primeira parada. Eu não imaginava que iria gostar tanto da capital chilena! Fiquei muito surpresa com a organização da cidade, amei os bairros boêmios, os museus, a comida (empanadas maravilhosas, medialunas e palta nos desayunos, pisco sour: quero!).
Eu e o meu companheiro de viagem, Raony, ficamos no Chile (com um pouquinho de Bolívia) por 22 dias. A princípio passaríamos os primeiros três em Santiago antes de seguir viagem para outras cidades, mas acabamos ficamos quatro porque são muitas coisas interessantes para conhecer!
Neste post vou compartilhar o roteiro com tudo o que fiz por lá!
Transporte aéreo
Viajei com a LATAM, que volta e meia vende passagem com preços bons para Santiago. Meses antes de viajar, eu ficava sempre de olho no Melhores Destinos esperando por promoções, e quando surgiu uma bacana aproveitei – comprei com milhas, mas as passagens estavam custando aproximadamente R$700 saindo de Curitiba, com as taxas incluídas. Comprei a passagem com uns três meses de antecedência.
A viagem de avião não é muito longa, de São Paulo para Santiago são cerca de três horas. Chegamos pelo Aeroporto Internacional de Santiago (SCL), o principal aeroporto da cidade para rotas internacionais, que fica a 25 km do centro. Tivemos a sorte de ser recebidos pela querida Dolly e seu marido Juan Carlos, filho da maravilhosa Dona Rosa, abuela do Raony que nos abrigou em sua casa (muchas gracias a ustedes, amigos ♥).
Dia 1
No primeiro dia é normal perder um pouquinho de tempo com burocracias. As filas da chegada internacional do aeroporto, trocar dinheiro no banco (trocamos nossos reais por pesos chilenos lá em Santiago mesmo)… Por isso não conseguimos fazer tudo o que planejamos no dia, mas acabamos fazendo outros passeios bacanas! Estava com muita vontade de conhecer Lastarria, um bairro super bonitinho, e fomos para lá a tarde.
Às quintas, sextas e sábados (dia em que chegamos) há uma feira de antiguidades e livros pelas ruas, e adorei conhecê-la. Além disso, o bairro na área central da cidade é cheio de bares e restaurantes bacanas, o estilo me lembrou a Vila Madalena, em São Paulo!
Também conhecemos um pouquinho do Centro Cultural Gabriela Mistral, um moderno edifício que abriga exposições e eventos artísticos.
Instalação na praça principal do Centro Cultural Gabriela Mistral
Dia 2
Almoçamos em um restaurante… peruano. Excelente por sinal, o El Ají Seco.
Uma coisa que gostei muito no Chile é que em todos os lugares que íamos (até cidades pequenininhas) encontrava ótimas opções vegetarianas. Comi até o tradicional ceviche chileno em uma versão vegetariano, feito com cogumelos.
Depois fomos a uma exposição com artesanatos do Chile e outras partes da América Latina, a Muestra Artesanía UC. O evento é realizado anualmente, em dezembro.
As estampas coloridas da Guatemala
- Cerro San Cristóbal
O ponto auge do dia foi a visita ao Cerro San Cristóbal, uma das principais atrações da cidade. É possível subir esse morro com o Funicular (uma espécie de bondinho), de carro (que foi o nosso caso) ou até mesmo a pé, se tiver muito fôlego, porque a caminhada é longa!
A vista de Santiago e da Cordilheira dos Andes do alto do Cerro é lindíssima. Com esse cartão postal, é difícil não morrer de amores por essa cidade.
Estátua de Nossa Senhora de Imaculada Conceição
Uma boa dica é acompanhar o pôr do sol com essa vista!
Há várias lojinhas com lembranças turísticas e comidas tradicionais no local, como as empanadas e o Mote com Huesillo, uma bebida feita com trigo e pêssegos inteiros – eu achei doce demais para o meu paladar, mas os chilenos bebem muito!
Mote com Huesillo
Dia 3
Dia de dar rolê pelo centro da cidade! Fomos até o Palacio de La Moneda, ícone da história de Santiago e sede da Presidência da República do Chile. Não conhecemos o interior do edifício, mas é possível fazer um tour guiado através de agendamento no site do governo.
Ali pertinho está o Centro Cultural Palacio de La Moneda, no subterrâneo da Plaza de La Ciudadania. O centro recebe exposições de arte temporárias, mostra de filmes e atividades culturais. Gostei muito da arquitetura do local!
O belo Correo Central
Na Plaza das Armas, a principal praça de Santiago, está a Catedral Metropolitana e vários museus. É lá também que está localizado o Mercado Central, onde almoçamos. Um dos pontos turísticos principais da cidade, o mercado é um ótimo local para provar delícias típicas chilenas. Além disso, o edifício tem uma arquitetura linda e é considerado um monumento histórico do país.
Catedral Metropolitana de Santiago
Neste dia, fomos conhecer outro morro da cidade, o Cerro Santa Lucía. Ele é bem mais baixo do que o Cerro San Cristóbal, porém tem suas particularidades que o tornam especial. Achei muito mágica essa ilha de natureza em meio ao urbano! A arquitetura colorida e a tranquilidade do local também me encantaram muito.
Escrevi um post especialmente dedicado ao Cerro Santa Lucía, clique aqui para ler.
Depois do entardecer no parque, fomos caminhar pelo bairro Lastarria!
Dia 4
Em nosso último dia de Santiago antes de seguir viagem (fomos depois para Valparaíso, Viña del Mar, La Serena, Pisco Elqui, San Pedro de Atacama e Salar de Uyuni) conhecemos lugares muito especiais: o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, a La Chascona – uma das três casas do poeta chileno Pablo Neruda no país – e o Sky Costanera.
Vista do Sky Costanera
Pela manhã, fomos conhecer o bairro Bellavista, uma região super boêmia e cheia de agito. Lá estão atrações importantes da cidade: La Chascona, o Cerro San Cristóval e o Patio Bellavista, um complexo que reúne lojas – várias com souvenirs! – e restaurantes para todos os gostos – é um point dos viajantes brasileiros em Santiago. Não voltamos lá à noite, mas é um dos períodos mais movimentados. Provamos pizzas vegetarianas bem diferentes no bairro: uma que era praticamente uma salada com muita, muita rúcula e outra com palta – além das cervejinhas chilenas, claro!
- La Chascona
As casas de Pablo Neruda funcionam como museus sobre o universo do maior poeta chileno. São três: La Chascona em Santiago, La Sebastiana em Valparaíso e Isla Negra em El Quisco. Só não visitei a última: mais um motivo para voltar ao Chile, hihi. Neruda era uma pessoa peculiar em sua vida – e isso incluía a decoração de suas casas.
As residências preservam muitos dos objetos extravagantes do autor, com peças procedentes de diversos países diferentes. Além de conhecermos muito sobre a vida de Neruda, seus amigos, familiares e da própria história do Chile nessas visitas, as casas têm uma arquitetura única para o deleite de nossos olhos.
Horário: Março a dezembro: terça a domingo das 10 às 18h. Janeiro e fevereiro: terça a domingo das 10 às 19h. Mais informações aqui.
- Museu da Memória e dos Direitos Humanos
O Museu da Memória e dos Direitos Humanos é um memorial em homenagem às vítimas da ditadura militar do Chile, que foi governada por quase 17 anos pelo general Augusto Pinochet, e conta com um acervo imenso de fotografias, vídeos, depoimentos e documentos. Tudo é trazido ao público com muita sensibilidade. Ao mesmo tempo, é uma experiência extremamente forte. Visitar esse museu emociona. É uma verdadeira aula de história.
Há muitos filmes que retratam o período, mas gostei especialmente de ter assistido o “No”, estrelado por Gael García Bernal, antes de visitar o museu. A obra narra a história dos bastidores da campanha pelo voto “não” ao referendo que decidiu sobre a permanência do General Augusto Pinochet no comando do país. Além de ser um filme maravilhoso, você vai encontrar muitas informações e documentos sobre esse evento político no memorial. Outra indicação é o documentário “A Batalha do Chile”, de Patricio Guzmán. Dividido em três partes, a obra narra de maneira detalhada o conturbado processo político pelo qual o Chile passou nas décadas de 1960 e 1970.
O Museu da Memória foi um dos locais que mais me chamou a atenção em Santiago. Para todos que tem interesse em conhecer mais sobre a história do país, é uma visita indispensável. Além de tudo, a arquitetura do local deixa qualquer um de boca aberta.
Aproveite para fotografar a área externa, pois é proibido registrar imagens do interior da instituição.
- Sky Costanera
O prédio mais alto da América Latina fica em Santiago. Desde 2015, é possível ter a visão em em 360° da cidade e da Cordilheira dos Andes do mirante de 300 metros de altura do edifício Sky Costanera. Eu gostei demais desse passeio, e recomendo conhecer a atração no fim da tarde para observar o pôr do sol de lá! Confira mais neste post.
Há tanto que conhecer em Santiago além desse roteiro, tantos museus, cafézinhos, parques! Espero voltar para o Chile em breve, porque sou totalmente apaixonada por esse país!
E um beijo especial pro meu amigo Guilherme que está indo viajar para Santiago e arredores ♥