Hoje é dia 8 de março, dia internacional da luta das mulheres, e me lembrei dos dias em que, andando pelo centro de Buenos Aires, me deparei com várias artes feministas na rua – literalmente na rua, no chão, até as paredes cobertas de pixos, desenhos e stencils. Quando viajo, gosto de observar o que as cidades dizem através de seus muros. Os da capital argentina gritam pelo fim da violência machista. Entre janeiro e abril de 2017, uma mulher foi assassinada na Argentina a cada 25 horas por questões de gênero, como violência doméstica e abusos sexuais. Uma taxa alarmante como a dos anos anteriores, que levou as argentinas a criarem o movimento #NiUnaMenos.
Os números aqui no Brasil são ainda mais assustadores. Em 2017, o país registrou 4.473 homicídios dolosos de mulheres, o que significa que uma mulher é assassinada a cada duas horas.
Apesar dos parabéns e flores que as mulheres recebem neste dia, não temos muito a comemorar. Além do feminicídio, das agressões, do assédio, as mulheres ainda trabalham mais, recebem menos e tem menos cargos de liderança.
Que este dia não seja mais uma comemoração do calendário capitalista, mas uma data de reflexão e luta por nossas vidas!
Quando morava em Coimbra também escrevi um post mostrando alguns dos grafites feministas espalhados pela cidade na época. Leia aqui.