Um tempo atrás fui convidada para escrever um depoimento sobre minha experiência em Portugal (e sobre o De volta à Madeira) no Culturga. Não conhecia o portal, e logo que descobri me apaixonei pelo projeto!
O Cultuga é um espaço dedicado a divulgação e valorização da cultura portuguesa no Brasil, além do intercâmbio de informações entre os apaixonados por Portugal.
O conteúdo é focado nas contribuições e parcerias portuguesas com o Brasil, tanto nas artes, como na gastronomia, na música, na literatura e no cinema. Há também o interesse em falar sobre a vida portuguesa e o turismo no país.
No ar desde maio de 2010, o site já firmou importantes parcerias com empresas como a Universal Music Brasil, a Editora Peirópolis e a Editora Prax. Em 2012, participou do programa “Portugal Dentro de Nós”, na Rádio Trianon 740 AM/ São Paulo, com boletins culturais semanais ao vivo.
No final de 2013, esteve entre os 10 finalistas do prêmio “The Bobs – Best of Online Activism 2013“, promovido pela emissora alemã Deutsche Welle, na categoria de “Melhor Blog em Português”.
Em 2014, deixou a estrutura de blog para assumir o perfil de um portal. Com a mudança da equipe de São Paulo para Lisboa, o Cultuga passou a se dedicar também a um turismo personalizado para viajantes brasileiros que buscam não somente um passeio por Portugal, mas também uma experiência direcionada aos seus assuntos de preferência.
Foi muito bom dividir minhas histórias com os leitores do Culturga. Quem quiser ler o original, é só clicar aqui. Ou ler aqui embaixo:
Stephanie divide histórias e memórias no “De volta a Madeira”
Cresci ouvindo histórias de Portugal, com vinho sempre à mesa e com a vontade de descobrir o mundo. Os contos e tradições portuguesas, que estão presentes na minha família desde que me entendo por gente, têm suas raízes na Ilha da Madeira, a terra natal do meu avô paterno – o vô Gregório –, que saiu de lá com seus vinte e poucos anos. O pós-guerra estava dificultando a vida de quem morava na ilha lusitana, e a fértil terra roxa paranaense prometia uma vida mais tranquila e próspera. Meu avô – assim como meus outros avós e muitos familiares – se instalou em Altônia, no noroeste do Paraná, vivendo de agricultura. Até hoje essa cidadezinha é bastante rural e rodeada pela natureza. O que lembra bastante a Ilha da Madeira.
O meu desejo de estudar em outro país surgiu na adolescência, assim como a vontade de conhecer Portugal. Consegui unir esses dois sonhos enquanto estudava Jornalismo na UFPR, quando surgiu a oportunidade de fazer mobilidade acadêmica. Entre Porto e Coimbra (as duas possibilidades que minha universidade permitia) minha escolha foi pela tradicional Universidade de Coimbra – uma das mais antigas do mundo e a mais antiga de Portugal. Morei nessa adorável cidade cortada pelo Rio Mondego entre 2012 e 2013, e como adoro escrever e fotografar, resolvi compartilhar minhas experiências lusitanas com estudantes, futuros intercambistas e curiosos em geral no blog De volta a Madeira. Comecei a escrever lá um pouquinho antes de ir para Portugal e até hoje continuo atualizando, dando dicas de viagem pela Europa e para futuros moradores de Coimbra. Também gosto de fazer posts sobre aleatoriedades turísticas e sempre colocar muitas, muitas fotos!
Sempre achei que na Ilha da Madeira eu pudesse descobrir mais sobre um pedacinho da minha própria história. Daí surgiu o nome do blog, inspirado no livro “De volta a Istambul”, da turca Elif Shafak. Essa obra narra a história de uma menina estadunidense que vai até a Turquia para descobrir o seu passado e entender o seu presente, já que o seu pai tinha nascido em Istambul, mas muitos mistérios cercavam a vida dele. E, de fato, conhecer a Ilha da Madeira foi um dos eventos mais importantes da minha vida. Conheci vários parentes portugueses queridos, vi lugares tão bonitos que pareciam saídos de um sonho, bebi muito vinho feito em casa e senti que conhecia a Madeira desde sempre, mesmo sem nunca antes ter colocado os pés lá.
O De volta a Madeira é meu jeito de mostrar um pouquinho do meu olhar sobre Portugal (e outros países) pra todo mundo. E é uma maneira de matar um pouquinho as saudades, porque esse país além do mar sabe como deixar a gente amando mesmo a léguas de distância. O que eu aprendi é que, mesmo do Brasil, dá sempre pra levar Portugal no coração.